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Matéria - Parque Estadual do Rio Doce

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Exuberância num manto verde

Texto e fotos: Marcelo JB Resende. REPRODUÇÃO PROIBIDA.



Se do alto a visão impressiona, é de baixo que o parque releva toda a sua exuberância e importância. No PERD ocorrem mais de 70 espécies de mamíferos (equivalente a 30% dos mamíferos encontrados na Mata Atlântica).




São onças pardas e pintadas, morcegos, porcos do mato, antas e sete espécies de macacos... 325 espécies de aves são encontradas - entre elas o macuco, inhambus, garças, gaviões, falcões, beija-flores e papagaios –, o que representa 41% das espécies de aves encontradas em Minas Gerais, sendo 23 delas ameaçadas de extinção. Entre os répteis se destacam o jacaré-do-papo-amarelo e a cobra surucucu. Os anfíbios são representados por 38 espécies, sendo algumas ameaçadas de extinção, como a perereca-de-capacete e a perereca da mata. Os peixes estão presentes em 27 espécies. Já a floresta abriga uma diversificada flora, com cerca de 1.129 espécies vegetais, onde reinam soberanos os jequitibás, acompanhados de seus séquitos de vinháticos, sapucaias, perobas do campo, palmitos doces, brejaúbas, jacarandás pretos e samambaiuçus, além de orquídeas e bromélias de rara beleza.



Jequitibá centenário na trilha do Vinhático.

Toda esta maravilha está localizada nos municípios de Marliéria, Timóteo e Dionísio, estando ainda muito próxima às cidades de Ipatinga e Coronel Fabriciano. É cercada pelos imponentes rios Doce (leste), que lhe dá nome, e Piracicaba (norte), que a separa de uma área bastante urbanizada (mais de 500 mil de habitantes), chamada de Região Metropolitana do Vale do Aço. Os ribeirões Turvo, Revés do Belém e Mumbaça, que deságuam e fazem parte da bacia hidrográfica do rio Doce, cortam a unidade. Apesar do nome, as inúmeras lagoas não têm nenhuma relação direta com o rio Doce e seus afluentes, sendo formadas essencialmente pelo acúmulo de água da chuva.


Quem chega ao PERD deve entender que ali é um lugar de contemplação e descanso, onde as principais atividades são nadar, pescar, caminhar, passear de barco ou, simplesmente, “não fazer nada”. A pesca de manejo é permitida, conferindo um ar de paraíso para esta atividade. O sossego, o silêncio e uma leve brisa são companheiras da pescaria. Apenas espécies exóticas – como o tucanaré, o bagre africano, a piranha e o tamboatá – podem ser pescadas. Estas espécies foram acidentalmente introduzidas nas lagoas por uma cheia dos rios, representando uma verdadeira tragédia para as espécies nativas, que tiveram sua população reduzida ou até mesmo dizimada pela voracidade das espécies exóticas. Desta forma a pesca de manejo visa tentar diminuir este impacto, fazendo a alegria dos pescadores. Espécies nativas, como a traíra, devem ser devolvidas à lagoa se pescadas. Portanto, ao pescar sem culpa seu tucunaré, você pode levar ao restaurante e pedir para prepará-lo. Tem coisa melhor?


Dezenas de projetos de pesquisa acontecem no Parque Estadual do Rio Doce, em setores como ictiologia, ornitologia, zoologia em geral, botânica... Há ainda estudos sobre o impacto ambiental, envolvendo queimadas, caça e pesca predatórias, além de correntes de ar e chuvas ácidas, visto que o parque é vizinho de cidades bastante povoadas e industrializadas. Tudo isto reforça a vocação do parque para a pesquisa, buscando respostas e um entendimento maior da Mata Atlântica, considerada por muitos o bioma mais rico em diversidade do planeta e que figura tristemente entre os cinco mais ameaçados de desaparecer. O Brasil tem apenas 7% de sua Mata Atlântica original. O Parque Estadual do Rio Doce é um refúgio, um foco de resistência e até de resgate da mata, que merece ser visitado e conhecido.



Mata Atlântica em seu clímax.


Anoitecer na mata.


Anta.


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