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Matéria - Itamonte

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Um refúgio no antigo Caminho do Ouro

Texto e Fotos: Marcelo JB Resende. Reprodução proibida.



A variação da altitude, entre 900 e 2670m, impressiona. Da cidade é possível ver os contrafortes e as montanhas, lá em cima, com suas encostas íngremes.




O próprio nome Itamonte sugere, embora não tenha relação direta com esta característica. Vem da mistura do tupi Ita (pedra) com monte, daí Monte de Pedra. Esta menção refere-se a um imenso e solitário bloco de pedra no alto de um maciço, popularmente conhecido na cidade como Picú. Ele funcionou como ponto de referência para os primeiros exploradores que adentraram por Minas. Bandeirantes em busca de riquezas, especialmente o ouro, tão apreciado pela Corte Portuguesa. As primeiras expedições datam já do século XVI. Depois vieram os tropeiros, em seu vai-e-vem incessante no comércio dos mais diversos produtos.



Casa de Pedra, construída a mando do Presidente Getúlio Vargas.

Há poucos anos a cidade era apenas uma passagem obrigatória para quem ia do Rio ou São Paulo para o Circuito da águas (São Lourenço, Caxambu, Lambari e Cambuquira), famoso pelas fontes medicinais. Esse mesmo caminho era usado pelos tropeiros, que intercambiavam mercadorias entre o Rio de Janeiro e o interior da província de Minas. O carregamento de ouro também passava por ali, vindo de Vila Rica (atual Ouro Preto), e seguia para o porto de Parati, de onde zarpava para as terras lusitanas. O metal precioso geralmente era escondido entre as demais mercadorias para não levantar suspeitas e havia na Garganta do Registro - bem na divisa RJ/MG - um entreposto fiscal para controlar e fiscalizar o montante e recolher os impostos. Um muro de pedra com um grande portão existia no local. Infelizmente não há mais vestígios desta construção, restando ao visitante uma parada para se refrescar com a deliciosa água da fonte construída no lugar.


Ali mesmo, À direita de quem chega, está a estrada para o Parque Nacional do Itatiaia. Este foi o primeiro a ser criado no Brasil (1937), a mando do então presidente Getúlio Vargas, entusiasmado com a região. Sua posição estratégica despertara o interesse do presidente já em 1932, ano da Revolução Constitucionalista, movimento separatista que pretendia fazer de São Paulo um Estado independente. Getúlio mandou construir a Casa de Pedra: Itatiaia seria seu refúgio no caso de uma reviravolta ou eventual invasão do Palácio do Governo durante a Revolução. A estrada, parte do parque, a casa e o principal acesso ao Pico das Agulhas Negras (2787m) ficam dentro do município de Itamonte. O pico entretanto fica no Estado do Rio.


No sopé da Pedra do Picú, na fazenda Engenho da Serra, repousou a Princesa Isabel, que frequentemente viajava para o Circuito da águas. A Capela de São Francisco de Assis, no centro da cidade, foi construída por ordem da princesa, que doou o sino.



Represa construída no governo Vargas, para pouso de hidroavião (brejo da Lapa).


Fazenda do Engenho, onde pernoitou a princesa Isabel.


Usina hidrelétrica dos Braga, já desativada.


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